domingo, 23 de novembro de 2008

ANGRA DOS REIS





Após o descobrimento oficial da costa brasileira por Cabral, em 1500, a coroa portuguesa enviou ao Brasil uma esquadra composta por três navios, para mapear e desbravar o litoral do novo continente. Os colonizadores ficaram impressionados com a beleza da Baía de Guanabara e ficariam ainda mais espantados com o que viria a seguir.

A esquadra comandada pelo navegador português Gonçalo Coelho entrou na baía da Ilha Grande no dia 6 de janeiro de 1502. Era dia de Reis e por esse motivo batizou-a Angra dos Reis. As chuvas e o clima quente e úmido do verão fizeram da passagem por Angra, um momento especial. Um dos integrantes da esquadra, Américo Vespúcio, escreveu a Portugal

Na época, a região era habitada pelos índios goianases chefiados pelo Cacique Cunhambebe. O núcleo inicial formou-se no local conhecido atualmente como Vila Velha, em frente a Ilha da Gipóia.

Angra era habitada pelos silvícolas, os escravos e os exploradores deixados pelos navegadores. As atividades locais eram voltadas para a caça, a pesca e a pequena lavoura. Na época, a Ilha Grande, chamada pelos índios de Opauau-Guaçu, era habitada apenas por silvícolas não havendo moradores brancos. Era um lugar rico em madeiras com pontos apropriados para a construção de embarcações.

No século dezessete, com Angra dos Reis ainda Vila e sediada na Vila Velha, eram constantes as incursões de navios piratas pelo litoral angrense. Nesta época a principal atividade no local era a pecuária, a pesca e a agricultura de subsistência.



Foram os filhos do capitão-mor da Capitania de São Vicente que fizeram o local prosperar. Várias fazendas se formaram na região, com intensa utilização de mão de obra indígena e escrava.


Como a maioria dos povoados brasileiros, Angra teve forte influência da Igreja Católica. Nesta região é belíssimo constatar essa influência na quantidade de conventos, igrejas, monumentos e ermidas, construídas inclusive nas ilhas, como a Ermida do Senhor do Bonfim, a Igreja de Santana e a Igrejinha da Piedade, que misturadas com a natureza intacta parecem sair diretamente do passado.

No século XVIII Angra fez parte da rota do ouro, um caminho criado e amplamente utilizado pelos exploradores do ouro das Minas Gerais. Toda produção seguia para Portugal passando por diversas cidades brasileiras e chegando ao mar através do litoral sul-fluminense. Esta rota também foi utilizada posteriormente para escoar a produção do café do Vale do Paraíba, nesta época Angra investia na produção de cana de açúcar. No final do século XIX, com o declínio da produção do café e abolição da escravatura, a rota entre Angra, Vale do Paraíba e Minas perdeu a importância econômica, sendo hoje um interessante passeio ecológico nos trechos mais preservados.


A Estrada de Ferro encomendada por Pedro II, que ligaria o Rio a São Paulo passando por Angra não conseguiu vencer os inúmeros obstáculos de montanhas, riachos e enseadas, e não conseguiu chegar ao Porto de Angra dos Reis, o que acabou isolando-a de vez do fervor econômico do início do período republicano.



No início de século XX, houve uma retomada no crescimento econômico com a cultura da banana, a construção da ferrovia que ligava Angra à estrada ferroviária principal, que proporcionou o incremento da atividade portuária, principalmente grãos e no transporte de bobinas de aço para a CSN, Companhia Siderúrgica Nacional.

* Retirado do livro "A Viagem do Descobrimento" de Eduardo Bueno - Editora Objetiva

A construção do Estaleiro Verolme, na década de 50 e a instalação de um terminal de desembarque pela Petrobrás, impulsionaram a atividade operaria na região e mantiveram a economia da cidade por décadas. Nos anos 70 com o programa nuclear brasileiro, Angra foi escolhida como berço das 8 usinas do projeto inicial. Foram construídas até hoje apenas duas, Angra I e Angra II, que funcionam regularmente sem acidentes, pelo menos até aqui. Eram promessa de crescimento econômico, mas movimentaram muito pouco a economia da cidade, com vilas independentes e recursos e receitas federais. Já foram grande polêmica, hoje operam sem muitos protestos, mas com muitos olhos atentos. Angra também abrigava o Instituto Penal Cândido Mendes, construído na Ilha Grande (praia de Dois Rios), que, boa parte por causa dessa aberração, ficou deserta e poupada do crescimento da atividade turística por muitos anos, até que foi extinto em 1992.

Com a inauguração da Estrada Rio-Santos, a atividade turística virou grande potencial. As novelas globais germinaram a Angra glamurosa com suas residências maravilhosas dos VIP´s e colunáveis nacionais e internacionais.

Na década de 90, com o fechamento do Estaleiro holandês Verolme, a perda da importância do terminal petrolífero devido ao pólo petroquímico de Itaguaí, o crescimento descontrolado da atividade pesqueira, Angra se voltou para o turismo e ainda hoje aprende a domar a atividade.

Neste início de século tem visto a volta dos investimentos na indústria pesada, com a reativação do Estaleiro.

ILHA GRANDE
Ipaum (Ilha) Guaçu (Grande). Era assim que os índios Tamoios e Tupinambás, primitivos habitantes, chamavam esses 193 Km quadrados de beleza com 106 praias, cachoeiras e montanhas.

O antigo presídio da praia de Dois Rios possibilitou uma exploração lenta e controlada do turismo na Ilha por várias décadas, mantendo-a muito preservada. Era comum na época ouvir notícia de presos que fugiam do presídio e procuravam embarcações fundeadas na Ilha, usando-as como transporte para a liberdade no continente.

Com a extinção do presídio o volume de turistas aumentou, e inúmeros empresários passaram a oferecer serviços e conforto aos exploradores, existindo hoje uma grande infra-estrutura para atendimento aos turistas. É claro que a preocupação deve ser de todos para que a ocupação turística desse paraíso seja feita com o máximo de cuidado e respeito com a natureza.

A Vila do Abraão é o principal núcleo urbano com várias opções de hospedagem, bares e lojas de artesanato. Caminhando pelas trilhas abertas na mata, chega-se a praias, cachoeiras, enseadas cor de esmeralda, monumentos históricos como o aqueduto e as ruínas do antigo leprosário da Praia Preta. A praia mais conhecida é a de Lopes Mendes, a primeira virada para o mar aberto, no parte sul da Ilha. Além de bela, Lopes Mendes oferece condições para a prática de esportes como o surf e o wind surf e tem acesso fácil pela praia dos Mangues, na parte interna da ilha. Seguindo uma trilha com paisagens espetaculares, é possível ir a pé seguindo da Vila do Abraão.

Ainda no lado sul, fica a Reserva Biológica da Praia do Sul criada nos anos 70 quando a Ilha foi transformada em Parque Estadual.

O principal produto turístico da Ilha, além da Vila do Abraão, são as trilhas. É possível dar a volta na Ilha e conhecer todas as suas praias caminhando. Mas siga sempre as normas de segurança e caso não tenha experiência, opte pela companhia de um guia local.



http://www.angra-dos-reis.com/index_2.htm



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